quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

MOÇÃO DE PESAR Á FAMILIA DA MÉDICA
 ZILDA ARNS



O Vereador Ivaldo Rodrigues envia moção de pesar à família da médica pediatra e sanitarista ZILDA ARNS pelo seu falecimento ocorrido no dia 12 de janeiro, vitima de terremoto no Haiti.

A embaixatriz Roseana Teresa Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Hati, foi quem encontrou o corpo de Zilda Arns, soterrado entre escombros de um prédio onde funcionava um serviço de ajuda humanitária. Ontem, Arns teria deixado a embaixada em companhia de um militar e da assessora e ido até o prédio que desabou. Com o terremoto, uma laje do edifício caiu e atingiu a coordenadora da Pastoral da Criança. Ela não resistiu e morreu.

Zilda Arns tinha 75 anos, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, participava de missão humanitária e está entre as vítimas do terremoto de 7 graus que assolou o Haiti.

Foi três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil, foi inspirada a iniciar seu trabalho em 1982, depois de um membro das Nações Unidas incumbir seu irmão, o cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, de promover a redução da mortalidade infantil no País por meio da Igreja Católica.

Formada em medicina e com especializações em educação física e pediatria, o trabalho de Zilda com crianças começa no Hospital Cezar Pernetta, na capital paranaense, entre 1955 e 1964. Depois de trabalhar em outras instituições, ela reforça seus laços com os jovens e com a Igreja - também graças ao irmão cardeal, ícone da luta contra o Regime Militar (1964-1985) e desde o início um dos maiores advogados das ações da Pastoral.

Zilda levou a primeira ação da entidade a Florestópolis, no Paraná, onde o índice de mortalidade chegava a 127 mortes a cada mil crianças. Após um ano de atividade, o índice recuou para 28 mortes a cada mil nascimentos. O sucesso inicial incentivou a Igreja a expandir a Pastoral da Criança para todos os Estados do país.

A Pastoral estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania.

Até sua morte no terremoto do Haiti na terça-feira (12), Zilda coordenava cerca de 155 mil voluntários, presentes em mais de 32 mil comunidades em bolsões de pobreza em mais de 3.500 cidades brasileiras.

O trabalho de Zilda Arns serviu de modelo para vários países, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau; Timor Leste, Filipinas, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e México. Em algumas dessas nações a própria médica ministrou cursos sobre como estruturar as ações.

Em 2008, Zilda participou da instituição da Pastoral da Criança Internacional, no Uruguai. Entre os fundadores estão os cardeais arcebispos Dom Geraldo Majella Agnelo, de Salvador, e Dom Odilo Pedro Scherer, de São Paulo, entre outros líderes religiosos e da sociedade. civil.

Além do trabalho reconhecido mundialmente com as crianças, Zilda também era fundadora e coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, fundada em 2004. A entidade visa capacitar líderes locais para ajudar idosos a controlar as vacinas, evitar acidentes domésticos e identificar doenças físicas e emocionais.

Para o Brasil e para o mundo, é uma perca irreparável, pois a magnitude que fez Zilda Arns modificar a vida de milhões de pessoas através da solidariedade é inexplicavelmente grandiosa e rara no mundo em que vivemos. Aqui deixou meus sentimentos de pesar não só a família da médica mas, a todos os brasileiros. Desabafa o Vereador Ivaldo Rodrigues.